Não existe nada tão global quanto o futebol!
Mesmo não sendo “consumido” no mundo todo, todo mundo sabe da sua existência e reconhece quando o vê, assim como a latinha vermelha com a onda branca, da Coca-Cola.
Podemos fazer uma analogia entre a Copa do Mundo e o mercado global, além da guerra entre as empresas fabricantes de material esportivo, ou dos dezesseis patrocinadores da Copa, de cerveja a aparelhos de barbear, com investimento individual entre 35 e 50 milhões de dólares.
O futebol está dividido em campeonatos e segundo o Prof. Warren Keegan da Pace University, o mercado esta dividido em Nível de Abrangência.
Há o Campeonato Estadual (Mercado Doméstico); o Campeonato Brasileiro (Mercado Regional); o Campeonato Sul-americano (Mercado Multinacional) e a Copa do Mundo (Mercado Global).
Esses conceitos de mercado são facilmente percebidos na analogia. Nem todos os times dos campeonatos estaduais participam dos campeonatos nacionais, e assim evoluem, até chegar a poucas empresas/times/países, que participam do mercado globalizado. Podemos ainda identificar nichos nos mercados domésticos, como a 2 a. e 3a divisões, onde há outro público envolvido, com outros produtos/times, além dos campeonatos de futebol de várzea ou nos condomínios residenciais, equivalentes ao mercado informal.
Se compararmos os campeonatos às leis da Biologia, seria a Lei Natural de Seleção do Mais Forte. No futebol, assim como nos negócios, existe a Seleção Natural do Mais Flexível, Adaptável e Inovador.
Quanto à gestão, o Prof. Jean Pierre Leman, pesquisador do IMD destaca a necessidade do líder, visionário, focado no futuro e determinado a seguir seus objetivos, que serão repassados à empresa/time por ele e seu staff: olha o Felipão aí!
E se a equipe da empresa/time de hoje, para sobreviver no mercado/campeonato precisa de determinadas habilidades, podemos destacar algumas:
Comprometimento - envolvido ou comprometido? A diferença faz toda a diferença... Estou envolvido no clima da copa, mas não me comprometo com os resultados, nem com os treinos de manhã bem cedo e muito menos com o estudo do adversário/concorrência. Faço parte da equipe e meu esforço é uma fração do sucesso alcançado pela empresa ou apenas cumpro ordens e “bato meu cartão”?
Inovação - se não existe o esforço de mudança, ousadia e inovação, sua vantagem competitiva será obsoleta, já conhecida pelo mercado e pela concorrência. De que vale um jogador que sabe um único drible? Ou um time de uma única estrela?
Estratégia - sem ela a empresa/time vive somente para o agora, sem visão de longo prazo. Ganha um jogo nas eliminatórias, mas jamais chegará à final da Copa;
Competência – a competência pode ser uma equação onde se mede a obtenção de um determinado resultado, com um menor esforço, num menor espaço de tempo.
COMPETÊNCIA = Resultado Esperado
Tempo X Esforço
Essa competência só vem através do conhecimento de variáveis como as atribuições de jogador/executivo, o ambiente onde estou competindo e o adversário/concorrência.
Porém nada mais está sozinho, ou sem conexão a outros ambientes. Os EUA passam por uma grave crise de confiança no seu sistema financeiro, com um calote na bolsa de valores na ordem de 48 Bilhões de dólares somente no primeiro semestre deste ano, onde empresas como Enron e WorldCom encabeçam escândalos inimagináveis. E ainda assim lá é mais seguro para investir que aqui (?), onde as agências de classificação rebaixam a nossa pontuação por variáveis “políticas”...
Assim como vimos que a influencia externa desestabiliza o ambiente, na seleção, a influência de patrocinadores, torcida, cartolas e burocratas da comissão técnica têm impacto direto no resultado final da partida. O risco país é um paralelo ao descrédito na seleção brasileira no início da copa.
Os jogadores são como produtos, consumidos em diversos clubes/mercados. A equação clássica de valor abaixo pode ser adaptada para o mundo futebolístico:
VALOR = Benefícios diretos - Custos Diretos
Preço
Apesar de não podermos somar variáveis de grandezas diferentes, ousaria, para o futebol, apresentar a equação abaixo:
VALOR = Prazer de ver jogar + Número de pagantes + Cotas de Patrocínio de TV e Estádio
Valor do Passe + Salário + Patrocínios
Ainda sob a forma das empresas/times participarem do mercado globalizado, vale ressaltar dois exemplos. O futebol alemão de um lado, com sua gestão Etnocêntrica, destacando apenas as características do seu mercado doméstico/campeonato local, sem adequar às novas necessidades do mercado global/copa do mundo. Do outro lado o futebol brasileiro, e a Gestão Geocêntrica, entendendo a diversidade do mercado globalizado/copa do mundo e adequando seu produto/futebol às novas necessidades.
E para concluir, não podemos esquecer nosso capitão Cafu, que sendo visto por bilhões de espectadores, dá-nos um perfeito exemplo da coexistência Global e Local ao estampar em sua camisa pentacampeã a frase “100% Jardim Irene”.
Só não vale desperdiçar todo esse esforço com a entrega, o pós-venda ou SAC: recuso-me a comentar a bagunça da chegada, com 5 horas de atraso em Brasília, Vampeta rolando na rampa do Planalto, o apedrejamento do ônibus no Rio,...
Fique atento!