Depois de importarmos o Halloween, dos EUA, agora temos para valer a Black Friday, que ocorre normalmente após o dia de Ação de Graças norteamericano, inaugurando a temporada de compras natalinas. Presente há 3 anos no Brasil, desta vez, houve muito mais alvoroço e exposição dessa megapromoção por aqui.
Uma das coisas que chamou atenção foi o despreparo dos sites brasileiros para tamanha demanda. Houve vários apagões, o que frustrou os consumidores. É como se fossemos a uma loja física e ela estivesse fechada, em pleno horário de funcionamento, ou aberta e sem ninguém para nos atender e receber o pagamento. Surreal.
Há uma necessidade e dificuldade das empresas se prepararem adequadamente para a real demanda. Não adianta ficar cutucando o leão (no caso o consumidor) com vara curta e não ter o canal de vendas preparado para uma invasão de consumidores ávidos por compras.
Pior ainda foi a falta de ética em vários casos. Ficou explícita uma artimanha, uma técnica, para não usar outro termo, de aumentar o preço um pouco antes do início das vendas e assim, com a remarcação, levar o consumidor a acreditar que se tratava de um megadesconto.
Mexer com as percepções das pessoas é uma coisa, e a linha com a mentira e desonestidade é tênue. Isso obviamente é inadmissível, e organismos de proteção ao consumidor estão sendo acionados a fim de tomar providências contra alguns varejistas.
A falta de ética no mundo dos negócios e no marketing é notável. Vender sim, mas não a qualquer custo a fim de confundir o consumidor. Por essas e outras razões que tanta gente usa erroneamente o termo “isso é marketing” como sinônimo de mentira e enganação. São condutas que devemos rechaçar por denegrir a imagem dos profissionais da área responsáveis por planejar, executar estratégias e táticas para oferecer produtos e serviços que agreguem valor aos consumidores.
Mas o que seria do marketing sem o consumo? Lógico que não quero radicalizar. Da mesma forma que tem a Black Friday há o Buy Nothing Day, dia internacional contra o consumismo, que ocorre no último sábado de novembro. Forças contrárias num mundo dialético.
O importante é que o consumo seja consciente e a pessoa não compre por puro impulso ou aprovação com os outros. Isso porque, muitas vezes, compramos coisas que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para impressionar pessoas que não nos importam ou não se importam conosco. Nada mais verdadeiro. Comprar é bacana, mas com limites. Há empresas que começam inclusive a explorar isso, quase que numa relação antagônica ao seu negócio, pelo menos aparentemente.
Mas isso fica para o próximo texto. Um abraço.